sábado, 25 de setembro de 2010

Conheça as estradas mais bonitas do mundo

Veja uma seleção das rodovias e caminhos que têm um visual impressionante

por Redação Galileu
O site Cars Route fez uma seleção das estradas mais incríveis do mundo. Escolhemos algumas para mostrar aquelas que impressionam ou por sua vista ou pelo trajeto desafiador e cheio de curvas.
Muitos caminhos são pouco movimentados dado o grau de dificuldade para completá-los ou a distância dos grandes centros urbanos. Veja a lista abaixo:

10. Autoestrada Overseas, Florida Keys (EUA)
Editora Globo
A autoestrada foi construída para fazer ligação entre o grupo de cerca de 1.700 ilhas ao sul dos Estados Unidos, chamado Flórida Keys. A maior porção de sua extensão fica sobre o mar e tem uma vista incrível.

9. Iroha-Zaka, Japão

Editora Globo

Esta rodovia sinuosa é composta de uma pista para subida e outra para descida, ambas com 48 curvas muito fechadas. Cada uma das curvas recebeu o nome de uma letra de um alfabeto antigo japonês, começando com a letra i-ro-ha. Era muito usada por monges budistas para peregrinação.

8. Rodovia Atlântica, Noruega

Editora Globo

A estrada foi escolhida como a construção norueguesa do século e como um dos trajetos do mundo por publicações especializadas. Com oito quilômetros de extensão, liga as cidades de Molde e Kristiansund. Com varias elevações, em alguns momentos dá a impressão de acabar no nada e é cercada por um cenário impressionante.

7. Oberalp, Suíça
Editora Globo
A passagem entre os Alpes tem uma vista incrível. Mas só é aberta durante o verão, por causa da forte cerração que cai sobre ela nos meses mais frios do ano e impede a visão dos motoristas. Mas não pense que ela fica inutilizada, vira uma pista de esqui, tobogã e até caminho para escalada.

6. Camino a Los Yungas (ou “estrada da morte”), Bolívia
Editora Globo
Com quase 70 km de extensão, esta perigosa estrada conecta as cidades de La Paz e Corioco. Yungas não tem grade de proteção, e a chuva e neblina, comuns na região, atrapalham a visibilidade dos motoristas. Com uma estatística de cerca de 300 mortes ao ano causadas por acidentes, hoje ela é pouco usada, mas é mui geralmente é procurada por quem anda em busca de aventuras.

5. Túnel Guoliang, China
Editora Globo
Construída por 13 moradores do vilarejo local, esta estrada foi escavada nas rochas da montanha Taihang e inaugurada em 1977. Tem mais de 30 "janelas" que proporcionam entrada de luz no caminho. Tem 1.200 metros de comprimento, cinco metros de altura e quatro de largura.
4. Estada de Los Caracoles, Chile e Argentina
 Editora Globo
O caminho sinuoso que passa pela Cordilheira dos Andes não conta com grades de proteção. Com muitas curvas inclinadas, a estrada fica coberta de neve em grande parte do ano, o que a torna ainda mas desafiadora.
3. Estrada da Montanha Jebel Hafeet, Emirados Árabes Unidos
Editora Globo
Com uma extensão de quase 12 km sobre uma montanha de 1.219 metros de altura, a estrada impressiona pela beleza do deserto. O caminho, que mistura retas para alta velocidade e boas curvas é um convite para quem gosta de dirigir. Ela termina em um local com apenas um estacionamento, um hotel e um palácio.
2. Rodovia Lysebotn, Noruega
Editora Globo
Mais uma representante norueguesa, esta estrada contém 27 curvas fechadas, 1,1 km de túnel e fica na cidade de Lysefjord. Com um superfície perfeitamente lisa, é uma das estradas mais divertidas desta lista.
1. Estada Stelvio, Itália
 Editora Globo
Localizada nos Alpes italianos, é uma das estradas com maior altitude da região, com 2.757 metros acima do nível do mar. Tem 48 "zigue-zagues" inclinados entre as montanhas e desafia a habilidade do motorista em um cenário fantástico.

Uma reportagem da revista Galileu

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O carteiro

“Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão, ante surpresa tão rude, nem sei como pude chegar ao portão. Lendo o envelope bonito no seu sobrescrito eu reconheci a mesma caligrafia que me disse uma dia: estou farto de ti. Porém, não tive coragem de abrir a mensagem. Porque, na incerteza, eu meditava é dizia: será de alegria ou será de de tristeza? Quanta verdade tristonha e mentira risonha que uma carta nos traz. È, assim pensando, reguei rua carta e queimei para não sofrer mais’.
A última gravação da música acima (Cicero Nunes e Aldo Cabral) foi feita magistralmente pela sempre impecável Ná Ozzetti, em Show. E a canção me veio à Cabeça com força total ao assistir a um curta-metragem do Jacques Tati. Recomendo principalmente para quem nunca ouviu falar nele.
Mas vendo o Mon oncle entregando cartas e ouvindo a Ná, Comecei a pensar no carteiro. Hoje em dia o carteiro virou um mala. Um mala direto. Fico fora de São Paulo e quando volto, depois de um mês, tem um metro de correspondência. Avisos bancários, cobranças, ofertas, convites, convites, convites, mala direta direto. Carta, nenhuma. Cara que eu digo é aquilo escrito á mão, de alguém para alguém, contando as movidades, declarando seu amor, ou encerrando uma aventura. Já não se fazem mais carta como antigamente. O fax é depois os E-mails acabaram com a carta. Veja aquela letra: ‘ Quando o carteiro chegou é meu nome gritou’. Existia uma relação entre o carteiro é o destinatário. Você deve ter lido ou assistido O carteiro e o poeta. Aquilo, sim, era um poeta é um carteiro.
O carteiro fazia parte do nosso imaginário, das nossas esperanças, dos nossos amores. Escreviam-se carta s. Você pegava aquele papel de carta e sabia que ele foi manuseado lá longe, noutra cidade, noutro país por aquelas mãos que o redigiram. E não  que digitaram. Era comum algumas cartas chegarem com manchas. Lágrimas que pingavam por emoção ou dor.
E hoje o carteiro é um mala. Oitenta por cento do que ele traz são jogados no lixo mais próximo. A cada convite que jogo no lixo, sinto pena do carteiro. Ele caminhou quadras  e quadras para leva aquilo. Mas nada daquilo me emociona. Não recebo mas do carteiro uma comovente notícia de morte. Muito menos uma carta de amor.
Mais mala ainda se torna os carteiros na época de Natal, com aqueles cartões horrorosos de boas festas e um ano de paz e prosperidade. Desejar isso nos dias de hoje é uma gozação: no mundo e no Brasil. Deviam escrever: quem em 2003 você segure todas. E o pior é o ‘junto aos seus’. Eu nunca sei quem são os meus.
Em época  de eleições, o carteiro fica insuportável com aqueles santinhos todos de deputados é vereadores. O mais engraçado é aquilo se chamar santinho e quando você olha para a cara do remetente, de santo não tem picas.
O carteiro tende a desaparecer totalmente da face da Terra dentro de – no máximo – dez anos. Tudo chegará pelo computador. Tudo! Até as malas diretas dos malas cheios de indiretas.
Ninguém mais escreve cartas ao coronel nem ao soldado raso. Ninguém mais tem coragem de escrever num papel o seu amor eterno (ou não) e assinar embaixo. E deixar duas gotas paralelas de lágrimas carimbarem a verdade no papel.
O carteiro está morrendo e com ele muito, mas muito mesmo de um outro mundo. De um mundo mais romântico, é claro. Onde a gente ficava no portão esperando pelo personagem, ansioso apreensivo, tenso. E, depois de abrir a carta, sorrir ou chorar. É, a emoção não nos chega mais pelas mãos do carteiro e do porteiro.
Como já dizia o poeta lá de cima, ‘quanta verdade tristonha a mentira risonha que uma carta nos traz’. É Neruda, já não se fazem mais carteiros nem poetas como na sua época.”
                                                               Mario Prata In: O estado de S. Paulo, 12 fev. 2003, p. D10.